Noriel Eliezer visita uma fábrica com certificação kosher
Certificação Plant-Based e kosher: saiba por que ter as duas
Cada vez mais, diversos conceitos estão surgindo em torno do objetivo de incentivar a adoção de um estilo de vida mais saudável, baseado em uma alimentação o mais natural possível. Este é justamente um dos pilares da dieta Plant-Based ou Whole Food Plant-Based Diet.
Dos substitutos da carne a queijos veganos, tudo que não seja de origem animal está incluso na Plant-Based. O termo é cada vez mais popular e familiar para o consumidor, gerando um grande incentivo na hora da escolha do produto.
Mesmo os produtos sem nenhuma relação com a origem animal parecem não superar mais o apelo do saudável, sem essa afirmação, em seus rótulos. Se você acha que rotular alguns produtos dessa forma é uma afirmação exagerada, você não está sozinho.
Todos nós sabemos que um lanchinho crocante e torcido feito de farinha de trigo, água e sal é simplesmente um biscoito e não parece pedir maiores esclarecimentos. No entanto, não entrará nos carrinhos de um setor crescente de consumidores, sem um pouco de incentivo adicional. Especialmente se seu vizinho na prateleira tiver a certificação “Plant-Based”.
Vamos nos aprofundar para obter uma visão mais detalhada do movimento “Plant-Based” e por que é fundamental para os fabricantes da indústria alimentícia combinarem a referência do selo kosher em seus rótulos. Saiba como essa combinação pode ser um benefício para o marketing de qualquer produto, de biscoitos a hambúrgueres.
Nos últimos anos, o termo saudabilidade entrou para o dicionário como um dos mais populares e usados para explicar o foco no bem-estar. Essa abordagem atrai uma faixa muito ampla de consumidores. Assim, produtos e marcas que oferecem saúde para as pessoas e para o planeta também estão mais valorizados.
As pesquisas e números da indústria de alimentos mostram que os consumidores estão determinados a encherem seus carrinhos com a maior parte de produtos tendo apelo saudável.
A tendência é que os consumidores se identifiquem mais prontamente com um estilo de vida alimentar baseado em vegetais. Porém, ao invés de renunciar completamente à alimentação animal, decidem apenas diminuir o consumo e incluir mais produtos de origem vegetal.
É o caso do consumidor chamado “flexitariano”. Ele talvez seja o grande responsável pela rápida evolução dos produtos Plant-Based nos últimos anos, pois é o indivíduo que opta por reduzir o consumo de proteína animal, sem, no entanto, deixar de consumi-la. E por não deixar de comer produtos de origem animal são mais exigentes quanto à sabor, aroma e textura.
E, como sempre, as tendências do consumidor fluem em direção às empresas das quais eles compram. Acredita-se que, com o desenvolvimento de novos ingredientes com cadeia de produção organizada, e com a incorporação de novas tecnologias, em pouco tempo produtos Plant-Based disputarão em igualdade com os similares à base de proteína animal.
Espera-se que o mercado global de alimentos à base de plantas alcance US$ 95 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR de 12% durante o período de previsão de 2022 a 2029, segundo o Instituto de pesquisa americano Research and Markets
A certeza que se tem é que os alimentos Plant-Based estão se consolidando como uma alternativa importante também no cardápio do brasileiro e que o mercado seguirá ampliando a oferta.
Além disso, como a alimentação em casa aumentou drasticamente durante o início da pandemia de COVID-19, as vendas de produtos com certificação Plant-Based dispararam com a pandemia.
A alimentação baseada em vegetais constitui um meio-termo entre a típica dieta rica em produtos de origem animal e uma dieta vegetariana completa. No entanto, o termo tem uma origem ligeiramente diferente.
No contexto de uma apresentação acadêmica sobre os benefícios de uma dieta rica em vegetais, o termo Plant-Based foi estabelecido pelo bioquímico Thomas Colin Campbell por volta de 1980.
Avançando algumas décadas, o livro de Campbell de 2016, The China Study, trouxe suas descobertas a público, popularizando a filosofia. Já nos últimos anos, talvez o uso mais comum da designação Plant-Based tenha sido no marketing de alimentos para classificar substitutos de carne e laticínios.
Assim, além da intenção original de Campbell com o nome, o Plant-Based já foi adotado por vários grupos de interesses especiais, incluindo aqueles movidos pelo bem-estar animal, ativismo ambiental e até mesmo segurança alimentar.
Hoje, Campbell faz parte do conselho de sua própria organização de divulgação que visa educar os consumidores e certificar empresas para promover um estilo de vida baseado em plantas.
Simplificando, o Plant-Based e Kosher andam juntos através do termo em hebraico “parve”. É uma prática recomendada em marketing de alimentos para o alcance de um ROI significativo e comprovado ter o máximo possível de certificações que estejam compatíveis com o seu público-alvo.
A certificação Plant-Based, em particular, faz uma ótima combinação com a Certificação Kosher para ampliar o apelo saudável do produto. Aqui estão apenas alguns motivos:
Um indivíduo pode estar interessado nos padrões de várias certificações diferentes. No entanto, geralmente há um que vai agregar mais valor e é mais importante que outros.
Para incluir o valor primário ao maior número possível de consumidores, você precisa ser estratégico. Por exemplo, um rótulo dizendo “vegetariano” não serve para alguém que prefere não consumir laticínios. Porém, o certificado Kosher-Parve, dará a eles essa garantia.
Porém se alguém quiser ter certeza de que não está consumindo ovos, por exemplo, que é vegetariano e parve, uma certificação Plant-Based pode ser sua melhor aposta para atrair esses clientes.
Imagine um consumidor que mantém uma dieta totalmente kosher por motivos religiosos (tornando-a inegociável), mas deseja também limitar o consumo de aditivos não naturais.
A certificação Kosher pode abranger uma variedade de ingredientes, incluindo sabores, fragrâncias e conservantes desenvolvidos em laboratório. A verificação Plant-based garantirá a eles que estarão seguros também em relação a esses aditivos artificiais.
Dessa forma, os adeptos dos valores Kosher, além de saudável e natural, apreciarão um produto com essas duas certificações.
Além disso, produtos kosher são 20% mais consumidos que outros não certificados, abrem portas para a exportação, principalmente para os Estados Unidos, Israel, Europa e Argentina, um mercado projetado para atingir mais de US$ 25,6 bilhões até 2026.
A razão mais simples para combinar uma certificação Kosher e Plant-Based é que pode ser incrivelmente factível.
A certificação Plant-Based excluirá automaticamente carne ou laticínios. E como carne e laticínios são categorias muito sensíveis em uma Certificação Kosher, é provável que um produto livre de derivados animais seja elegível para certificação.
Também, a base da certificação Kosher é a separação de carne e laticínios. Portanto, qualquer produto com certificado Plant-Based pode passar facilmente por essa etapa, economizando tempo e custos.
No entanto, a Certificação Kosher verificará ingredientes e processos individualmente, pois nunca pegamos carona nas descobertas de nenhum outro certificador.
No entanto, tomando em conta os princípios do Plant-Base, sabemos que o programa Kosher não será um desafio para o projeto e como já enfatizado, isso geralmente economiza tempo e custo para a empresa obter a Certificação Kosher.
Esses exemplos são apenas uma amostra da motivação que os consumidores podem ter ao fazer suas escolhas. No entanto, existem aparentemente inúmeras outras combinações que podem ser consideradas. É por isso que algumas das marcas mais bem-sucedidas usam certificações combinadas para aumentar suas vendas.
Embora você possa combinar com sucesso a Certificação Kosher com quase qualquer outro programa, nós estamos muito entusiasmados com o Plant-Based devido às projeções do mercado.
Com as questões de saúde, bem-estar animal e ambientalismo em ascensão, as certificações baseadas em valores, como Kosher e Plant-Based, podem aumentar muito.
A certificação Kosher atesta uma taxa de crescimento sustentada e estável a cada ano. O mercado de alimentos kosher atingiu nos Estados Unidos, por exemplo, um valor de US$ 19,1 bilhões em 2018. A projeção é chegar a mais de US$ 25,6 bilhões até 2026.